Olho do furacão

A doença mental
É como a fúria do Vendaval
Vento circular unilateral
Arrancando a raiz do irracional

As telhas voam com o sopro brutal
Girando sob sua cabeça dissocial
Paredes dissolvem de forma gradual
Diante de seu olhar passional

No centro de uma cabana paradoxal
Madeira velha superficial
Protege o vazio existencial
Mas estremece a estabilidade emocional

A calmaria ocasional
Do olho do furacão colossal
Não trás o alívio sentimental
Pois é precursora da destruição visceral

Atrás de um sorriso cordial
De uma personalidade artificial
Uma alma abissal
Teme o próximo vendaval

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Estamos Morrendo

Na cama do hospital gemendo
No banco do ônibus sofrendo
Na cadeira do escritório se perdendo
O tempo excedendo

Das próprias vontades se abstendo
Seu tempo precioso vendendo
Para um emprego horrendo
Sua vida dissolvendo

Os próprios limites transcendendo
A saúde se corrompendo
Na esperança do amanhã florescendo
E os sonhos em realidade se convertendo

Da mortalidade correndo
A cada dia esquecendo
Que enquanto estamos nascendo
Também estamos morrendo

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8 de março

Elas pediram igualdade salarial
Enfrentando o idealismo tradicional
E foram engolidas pelas chamas do umbral
Da indignação machista e mortal

Elas foram esquecidas no manicômio local
Acusadas de descontrole metal
Por não aceitar o abuso conjugal
E na lobotomia assistiram a decadência final

Elas foram capturadas como um animal
Violadas como um ritual De uma luta desigual
Manchando de sangue o cendal
Que esconde da história o imoral

Seus nomes camuflados de forma trivial
Bruxas, loucas, vítimas do conceito social
Fragmentos de um passado superficial
Fazendo dia 8 de março um Memorial.

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Almas da Inquisição

Você a ouve bradar
No silêncio da noite clamar
Nos pés da lua a queimar
No fogo da inquisição desmanchar

A viúva sem um lar
A mulher que não aceitou se curvar
A sábia que usa o chá para curar
O corpo que não conseguiu se adequar

Eles a levaram para torturar
Com lâminas sua carne a cortar
Seu sangue fez derramar
Até assumir a culpa para tentar se salvar

A levaram para em um poste amarrar
A lenha sobre seus pés inflamar
O medo e a dor tem que aguentar
Para sua alma enfim libertar.

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A Escuridão

Na escuridão da noite a soluçar
A sombra se inclina a me tocar
Seus braços frios a me abraçar
Suas mãos densas a me atravessar

Minha alma cansada acorrentar
Nas paredes desgastadas do pesar
O Sussurro do meu espírito ecoar
No quarto escuro se arrastar

Minhas lágrimas tentam disfarçar
Meu olhar perdido a vagar
Por entre os meus cacos deslizar
Uma Fresta de luz a procurar

Meu peito queima a silenciar
Minha voz desaparece pelo ar
Minha mente confusa a instigar
Das garras da vida se desvencilhar

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