Imponente

Dedicado a Jenna Ortega

Uma mulher de muitas faces
Muitos nomes e fases
Muitas vidas e lares
Muitos amores e pares

De mocinha a vilã
Da assassina foi irmã
Fez parte de um pequeno clã
Na esgrima foi campeã

De uma criança fria imprudente
A uma sensível adolescente
Mulher forte e prepotente
A sensual e complacente

Seus olhos cor de avelã
Seus lábios suculentos feito poncã
Covinha na bochecha é um talismã
Suas Sardas atraem como um irmã

Seu sorriso ilumina minha manhã
Seu olhar é o que me mantém Sã
Sua doce voz me faz tua fã
Me aprisiona com Sua energia louçã

Sua essência Latina inerente
Seu talento gritante é iminente
Ativista pertinente
Linda, humana e imponente.

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Epidemia fatal

A solidão é uma Epidemia factual
E a Internet é uma via paradoxal
Centenas te seguem na rede social
Mas ninguém se importa na vida real

Cada um imerso em sua vida material
Sustentado por amizade superficial
Se consolando na utopia irracional
De que o tempo justifica o abandono desleal

Cansado do ser humano boçal
De quem te procura de forma casual
Por interesse pessoal e racional
E depois te renega de forma proposital

Se afastando de forna gradual
Para o insulamento abissal
Engolido pela rejeição social
Até desaparecer em um último suspiro fatal.

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Preço da paz


Tanque de guerra atropelando
A terra seca levantando
A bala quente perfurando
O corpo humano desmanchando

Cidade amada por Deus
Que hoje esqueceu os seus
Gentios e judeus
Partindo sem um adeus

Tortura profunda e prolongada
Pele vermelha rasgada
Carne fria fatiada
Vala comum assentada

Clamor dolorido abafado
Corpo morto descartado
No campo de guerra lançado
Como um animal desrespeitado

Por quanto tempo isso vai durar?
Quantos inocentes vão pagar?
Quantos corpos eles querem mais
Para que possamos alcançar a paz.

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Espero que a morte te encontre vivo

A noite é um deslumbre dissimulado
Do âmago de um coração congelado
Das profundezas de um espírito aprisionado
Envolto por um corpo estagnado.

O véu negro que repousa em seu ombro cansado
Também oculta seu espírito desolado
Tecido leve e também pesado
Ora acariciado, ora atribulado.

Filho das trevas que foi execrado
Pelo pseudo moralismo segregado
Forçado a se tornar fragmentado
Sorriso atravessado com pesar disfarçado.

Mergulhando no breu arraigado
No interior de seu ser refugiado
Na esperança de que pela morte seja encontrado
Antes de que pela vida seja rejeitado.

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Darkside (depressão / borderline)


Os punhos enfiados na lama
No fundo do poço que inflama
Lágrimas se desintegram na chama
De mais uma derrota insana

Um berro que a alma clama
A reza que a garganta proclama
A dor que no peito derrama
Um looping de esperança e drama

Sorriso largo que engana
Vida social mediana
Imaginação ampla e profana
De uma realidade vazia e mundana

A solidão é tirana
O demônio particular atazana
O vazio interior emana
A lápide de uma alma humana.

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Justiça Lucas Terra

Fonte
FONTE

Uma seita Disfarçada de religião
Pastores na fé e na transgressão
Fanatismo se mistura com a manipulação
Fiéis transcendem a ilusão

É uma verdadeira facção
Seu maior pecado é a ambição
Sua arma é a alienação
Sua desculpa é a redenção

Se alimentam da dor e da submissão
Prometem prosperidade e salvação
Mas se não tiver sua devoção
A retaliação é a possessão

Perversão Oculta pela adoração
Psicopatas com o terno da discrição
Torturas físicas, mentais e corrupção
A sombra da Cruz da remissão

Lucas foi traído por sua fé e submissão
Violentado por recreação
Morto no templo da compaixão
E seu corpo foi queimado para dissolução

A igreja perdoou essa transgressão
Afinal, eles não tiveram a intenção
Advogados limparam a reputação
Da igreja e de cada pastor fanfarrão

Depois de 22 anos de superação
A família Terra levou a oposição
Para o tribunal de subversão
Empurrando os Pastores para a condenação

Lucas e seu pai finalmente descansarão
Marion viu a justiça e a resolução
Que esse caso sirva de inspiração
Para uma profunda e necessária investigação.

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Diabo De Blumenau

Sangue inocente e jovial
Deslizando na lâmina de metal
Da machadinha usual
Nas mãos do demônio fatal

Gargalhada rasgada e letal
Olhar obscuro e rocal
Coração frio sem sinal vital
A carta na manga é a doença mental

Quatro famílias e um único funeral
Outras quatro em vigília no hospital
E ainda sobrou uma mãe
Com visitas no sistema prisional

É só um jogo casual
Com cinco mortes no final
E uma prisão eventual
Para a notoriedade mundial

Ele quer seu rosto no jornal
Seu nome na mídia social
A fama cruel e penal
De um monstro na pele animal

A Internet é uma linha vertical
Tênue entre o aceitável e o ilegal
Uma brincadeira boçal
Pode se transformar em uma tragédia surreal

É de acrílico a máscara moral
Todos podem cometer um crime brutal
O demônio se esconde no sorriso casual
Deita e rola na inocência carnal

Dedique um tempo a paternidade ideal
Pois sua atenção pode ser cabal
Para que seu filho ileal
Não se torne o diabo de Blumenau

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O Segredo Da Morte

O sino majestoso da pequena igreja central soou doze vezes, ecoando por ruas escuras e becos ocultos. No centro de uma praça arborizada, acima de um lance de escada,  sob o gramado macio recentemente irrigado, a igrejinha se ergue, como um monumento tímido, pequeno em tamanho, grande em sua história. Suas portas voltadas para um hospital público contempla os mais diversos sentimentos humanos, a dor de quem sangra, o desespero de quem se curva ao luto, o medo da incerteza e a felicidade do nascimento. 

Depois de um dia cheio de trabalho, a vida atravessou a rua e sentou-se na escadaria da igrejinha, cansada suspirou, abriu o livro e rabiscou mais um nome para sua lista dos nascimentos. A vida tem a aparência de uma mulher de trinta anos, cabelos longos e cacheados, pele cor de obsidiana essencial, olhos pequenos e misteriosos, lábios grossos avermelhados, veste uma túnica branca e trás um livro em suas pequenas mãos. Seu rosto ressaltado com a cor da natureza que se assemelha a maquiagem, e o brilho natural das estrelas como purpurina brilham sua pele sedosa. 

De repente a morte atravessou a porta automática do hospital, seguida por uma família em tristeza profunda. O grupo atravessou a rua e se reuniu diante da igreja enquanto a morte senta ao lado de sua rival no degrau desgastado. A morte se apresenta de forma caricata,  corpo esquelético, envolto em uma túnica negra levando uma foice nas mãos. Em algum momento se identificou com o imaginário humano e se adaptou a imagem fria que lhe foi dada. 

Apesar de seu rosto de ossos não demonstrar emoções, a vida notou a felicidade implícita em sua antagonista enquanto observa a família lamentar o pesar do luto. Incomodada, a vida se gabou das vidas que presenteou. 

-Dei a vida para nove bebês – disse ela com um largo sorriso – Fiz nove famílias felizes. 

-Que bom. 

O desdém da morte a deixou ainda mais inconformada. 

-Como pode se deliciar com a morte de alguém? Sorrir enquanto essa família chora? Que tipo de demônio desalmado você é? 

A morte não respondeu, apenas se levantou e se afastou lentamente, desaparecendo no breu noturno deixando o ar frio e mórbido para trás. De repente os familiares abafaram o choro e começaram a falar. 

-O Papai viveu muito bem – disse um homem – teve dois casamentos felizes, viajou o mundo, teve seis filhos que foram o mundo para ele. 

-Realizou seus sonhos se tornando um empresário – disse a outra filha – mas nunca se esqueceu da família e dos amigos. 

-Chegou aos oitenta e seis anos saudável – disse a ex esposa. 

A vida saltou dos degraus irritada, como a morte pôde interromper uma história tão incrível? 

-Mas a idade o debilitou muito nestes últimos meses – disse o filho – o câncer o consumiu muito rápido e a dor estava insuportável, ele precisava de um alívio. 

-Sim – a filha concordou – Apesar da tristeza que sentimos, temos que ter em mente que o papai está livre de todo sofrimento causado por essa doença horrível. Ele descansou em paz depois de ter feito a vida valer a pena. 

De repente a vida teve um insight, aquele ser que julgou ser sua rival, por destruir tudo que ela criava, não era uma vilã, pois dava as suas criações o que a vida não podia dar, o alívio da dor terminal. Pereceu também que por milhares de anos, ela viu apenas o começo da criação, mas não sabia como elas terminavam, as decisões que tomam, as conquistas, derrotas, lutas e marcas que deixavam na história. Desse dia em diante, a vida passou a visitar necrotérios, sentar-se em gavetas frias para ouvir por horas a morte contar de forma orgulhosa a história de suas criações. E por ironia, a morte tem mais orgulho da vida, do que a própria vida. E as vezes, mais do que admite, a morte vai a maternidade também, só pra ver como tudo começa, se Inclina sob um bebê e sussurra. 

-Faz sua vida valer a pena, porque dá próxima vez que nos encontrarmos, quero ouvir uma história boa. Mas não conta pra ninguém, é segredo. 

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7 Marias


Pombogira a girar
O cavalo se curvar
A gargalhada a soar
Os Oguns pisotear

Seu nome doce ecoar
Aos olhos curiosos encantar
Sua beleza deslumbrar
Sua sabedoria compartilhar

Mulher forte a rodar
Seus inimigos se dobrar
Diante de sua taça a brilhar
E seu cigarro inflamar 

Aqueles que a tentaram queimar
São escravos no limbo milenar
E o homem que a tentou matar
Desceu na cova para chorar

Na calunga a gargalhar
Na calada da noite a dançar
Sua saia longa a virar
Ninguém ousa a enfrentar

Seu poder de esquerda a assustar
Seu cheiro de flor à denunciar
Sua chegada a se apresentar
Seu carisma a contagiar

Bocas infames a declarar
Com a promiscuidade a comparar
Por sua sensualidade não vulgar
Mas a Temem encontrar

O marido de ninguém quer roubar
Não persegue quem a duvidar
Ela só quer no terreiro baixar
E de quem a ama cuidar.

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Deep Fake


A manipulação centenária
Filha da ganância mercenária
Envolve a mente sectária
Da Geração hipócrita e mortuária

Ao longo da história sanguinária
Alguns líderes de seita salafrária
Vestiram a máscara solidária
Escondendo sua intenção bilionária

Enquanto sua seita filária
Se levanta contra uma ilusória adversária
Como uma doença parasitária
Desvia milhões para sua família beneficiária

Barreira na rodovia necessária
Atrapalhando a luta diária
De crianças com câncer e doença hereditária
E de uma grávida com dor torcionária

Clínica de hemodiálise com falta temporária
Material parado na estrada precária
Causando dor desnecessária
Risco de mandar corpos para a funerária

Mas por alguma razão pária
A alienação partidária
Disfarçada de ideia evolucionária
Tirou a humanidade dessa gregária

Enquanto você passa fome e frio na rua intermediária
Sem se importar com a classe doente e operária
Sua admiração imaginária
Se torna uma personalidade multimilionária

Quando a ação revolucionária
Tiver fim pela parte plenipotenciária
Você vai perceber de forma involuntária
Que foi apenas uma peça nessa farsa infantil e orçamentária.

“A partir do momento que você começa a brincar com a vida do outro, se torna um criminoso.”

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