Mãe

Faz três meses que você partiu
Minha cabeça se confundiu
O passado se extinguiu
Um vazio profundo se expandiu

Faz três meses que te enterrei
Seu nome na lápide cravei
A linha tênue da dor cruzei 
Último adeus pra quem mais amei

O Pai aprendeu a cozinhar sem receita
Faz o melhor feijão, acredita?
Eu ainda fico a espreita
Me escondendo na escrita

Essa casa sem você está vazia
Se transformou em uma dicotomia
Ainda que muito barulho façamos
No silêncio mergulhamos

Ainda guardo seu áudio daquele dia
Pediu com dificuldade minha companhia
Mas você sabe que eu não deveria
Era do pai que você se despediria

Foi muito confuso nosso relacionamento
Nunca entendi meu sentimento
Mas agora estou sofrendo
Sua falta é um vale horrendo

Só queria te abraçar pela última vez
Dizer que me arrependo da minha insensatez
De não dizer que te amava com Lucidez
Por favor me perdoe pela timidez

Sei que não fui a filha que esperava
Mesmo assim me aceitava
Mesmo quando eu surtava
Com carinho me acalmava

Agora não sei quem pode me acalmar
Quem vai fazer essa dor parar
Do seu abraço sempre vou precisar
Da sua voz sempre vou ansiar

Não importa onde você está
Sei que a todos está a impressionar
Com esse coração grande e poderoso
Muito acolhedor e caloroso

Não sei se um dia vou te reencontrar
Mas espero que possa me perdoar
Por na sua partida não estar
E seu último adeus não dar. 


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Karma

Uma lâmpada de Led estourar
Sob o asfalto despedaçar
A cabeça ferida a sangrar
Lágrimas de dor deslizar

A estatística te abraçar
Seu nome em uma lápide cravar
Seu corpo no caixão esfriar
Por apenas existir e sonhar

Mais um clamor a se calar
Mais uma voz a Ocultar
Mais uma alma a se rasgar
Mais uma vida a se findar

Alguém escolhe a morte enfrentar?
Alguém deseja da sociedade não se enquadrar?
Por quê alguém escolheria seu corpo mudar
Se em um alvo vai se transformar?

Alguém escolhe se discriminar?
Por um emprego não poder lutar
A falta de dignidade aceitar
Para viver e não definhar

Todos vão te rejeitar
Desconhecidos vão te julgar
Alguns vão querer te matar
Você deve ser sofrer para a eles agradar

A religião tenta o amor espalhar
Mas muitos usam para se armar
E tentam a todo custo enfiar
Na goela de quem querem esmagar

A ironia é uma linha tênue a costurar
Procedimentos estéticos para disfarçar
Plásticas para seu rosto harmonizar
Mas não aceitam que a trans possa operar

Cuidado ao espelho olhar
E o demônio do preconceito encontrar
Pois o inferno que está a causar
Vai voltar como um karma, para te arrastar.

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Baile Das Máscaras

As barras dos vestidos giram ao som dos instrumentos de cordas, entre os paletós e as luvas, a cordialidade encobre o instinto humano, os monstros e as vítimas. O odor de destilados se espalham no ar entre a fumaça de charutos. Perfumes doces escondem o cheiro fétido da falta de higiene. Corpos cedem ao calor e o sufocamento dos espartilhos e se derramam nos divãs. Um baile de mascara que saiu da dimensão e se infiltrou nas ondas da Internet. Qual a diferença entre as pessoas que se escondiam atrás de máscaras em bailes vitorianos e das que se escondem atrás da tela de um celular? Me aventurei no limbo dos aplicativos de relacionamento, nos escombros da alma humana, no quartinho bagunçado na mente de pessoas aleatórias que estão quebradas e buscam ferozmente se reconstruir em busca de outrem. A maioria não sabem ao certo o que procuram, algumas investem em algo casual e se você não corresponde a tal espectativa, certamente será descartado. Outras apenas observam, como aqueles antissociais que se escondem atrás de uma taça de vinho nos bailes. Há aqueles que até interagem, mas são rasos, e mesmo que você se aprofunde a água sempre estará em suas canelas, totalmente sem graça. Mas duas situações me causaram um mal estar inicial, porém, também me fizeram entender como está a saúde mental das pessoas. O primeiro caso, que vou chama-lá de “Tianna”, parecia ser alguém muito interessante, apesar de ter uma personalidade forte e me desafiar em assuntos como “traições”, como se tentasse Provocar uma discussão desnecessária. Tianna tem a voz doce, mas imponente, e sua personalidade marcante é um ponto positivo se bem utilizado, o que não acontece. O fato de Tianna ter uma filha, levanta questionamentos comuns ente todos os que estão à conhecendo, afinal, pessoas têm filhos de “N” formas. Casamentos, inseminação artificial, adoção, enfim, cada um tem sua história. Lhe fiz a pergunta que puxou o band aid de sua ferida exposta, “me fala sobre sua filha, o relacionamento com o pai dela é bom?” O que acarretou em uma reação exagerada e frases como “esse é o meu ponto fraco”. Fiz o que qualquer um faria, me desculpei e tentei mudar de assunto, mas Tianna instintiu “todos me perguntam sobre meu ex, e depois somem”, tentei lhe explicar que é natural a curiosidade humana, mas Tianna, em palavras chulas, “Surtou “, Desenhou um mundo paralelo onde eu teria o poder de ler mentes e saber de forma intuitiva que esse assunto seria tão delicado, e provoquei de forma proposital. Ora, existem 8 bilhões de pessoas no mundo, bilhões são casadas ou se divorciaram, e cada uma teve sua própria experiência, seria de tremenda ignorância acreditar que todas teriam o mesmo trauma, aliás, como eu saberia que ela era casada? Ninguém precisa de papel passado para ter filhos, não é? O desequilíbrio emocional, apesar de violento e disproporcional, me fez questionar o nível de saúde mental das pessoas que se inscrevem em sites de relacionamentos sem ao menos estarem preparadas para se relacionar. Outro ponto é que Tianna é bissexual, de certo é um campo que não tenho experiência por ser Homoafetiva, então decidi lhe fazer algumas perguntas sobre o preconceito que infelizmente a comunidade lgbt ainda tem sobre pessoas bissexuais e pansexuais. Para ser honesta esse artigo seria sobre isso,(preconceito contra bissexuais), afinal, em pleno século XXI, ainda existe esse tabu em nossa comunidade, o que dá muita munição para preconceituosos. Como podemos aceitar que a própria comunidade aceite que pessoas trans sejam mortas? E porque a própria comunidade faz acepção de pessoas? Vai dizer que você nunca ouviu de alguém “não fico com ela, porque é bissexual e eles não são confiáveis”, ou “porque vou ter ciúmes dos dois gêneros “, ou “porque gosta de putaria “? Isso tem nome, preconceito. Para você que não é bissexual, pode não parecer grande coisa, mas é sim, e ninguém merece ser julgado por sua orientação sexual, e a própria comunidade agir assim é de uma hipocrisia sem tamanho. A comunidade precisa se unir, e derrubar esses pensamentos retrógrados que nos aproxima mais dos agressores do que dos nossos iguais. Mas novamente Tianna se desequilibrou, mergulhando em seu campo de defesa, levantando seus Espinhos com frases forçadas e egocentrismo construído. Tentei mostrar a Tianna que não estava lhe atacando, mas como um animal encurralado, ela só queria fugir, e eu apenas me afastei e observei seu mundo conturbado desaparecer. Mesmo que ela tenha me chamado de manipuladora, sinto muito por tudo que tenha passado e espero que escontre a paz e a saúde mental. 

Agora vamos para minha segunda experiência curiosa, seu nome será “Carla” (Lembrando que os nomes foram trocados, para a privacidade dos envolvidos). Carla trocou de personalidade de um dia para o outro e isso me deixou confusa. No primeiro dia, Carla estava receptiva e não impôs limites para conversar um tanto íntimas, porém, nem tanto. No segundo dia Carla se mostrou monossilabica, como se transmutasse. O que mudou? Bom, sua explicação sempre foi vaga “não estou bem”. Dias se seguiram até que me incomodei a ponto de lhe perguntar de forma insiciva, mas Carla insistiu que não estava bem por conta de sua ex que a havia trocado pela ex. Tudo bem, mas se não estava pronta para um relacionamento, o que faz em um site de relacionamento? Se não quer dançar em um baile, por que vai a um baile? Se não está pronto para a luta por que sobe no tatame? Apenas para observar e dar falsas impressões a quem lhe vê? Qual o sentido de ficar no canto com uma taça de vinho trocando de face como um metamorfo? O fato é que Carla continuou a responder de forma “normal“, até eu tentar “ajudá-la “ a se sentir mais animada, e como uma boa amante de mulher, lhe elogiei o máximo que pude. E mais uma vez vi o buraco da mente humana, o submundo da alma ferida, de repente, mais  surto inesperado. Após uma pergunta despretensiosa “gostaria de ter alguém aos seus pés te dando prazer? “. No sentido de, alguém tão apaixonado que se ajoelha pra você, afinal, eu também a havia lhe chamado de “princesa“ e esta tem seus admiradores. Mas o sentido se perdeu em algum ponto do desequilíbrio emocional de Carla que rosnou em meu rosto. A palavra “escrota” nunca me descreveu antes, afinal, sempre fui apaixonada por mulheres e sempre as tratei como princesas. Mas na concepção de Carla, fui Escrota em insinuar que ela merecia ser bem tratada e bem cuidada. Qual o sentido você me pergunta. Talvez não haja um sentido, talvez as pessoas estejam tão acostumadas a serem tratadas como lixos que quando alguém as tratam bem é mal inrpretado. Eu de fato estava preocupada com sua saúde sentimental, estava disposta a lhe ouvir e estava interessada em ser um apoio emocional, mas Carla estava tão perdida em um rancor profundo e furiosos que mordeu a mão de quem tentava lhe ajudar. Mas novamente não guardo mágoa, sei que o coração quebrado é como o vidro despedaçado, tem pontas que podem machucar quem tenta se aproximar. Apesar de achar uma irresponsabilidade sem tamanho, não cuidar de sua saúde mental antes de sair procurando outras pessoas e acabar as ferindo. Tianna e Carla são exemplos de como a saúde mental das pessoas estão hoje em dia, perdidas em seus passados cabulosos, machucando pessoas inocentes, atropelando sentimentos, buscando um sentimento para superar outro, trocando de personalidade como se troca de roupa e tratando as pessoas como coisas para serem descartadas. Paredes são levantadas com farpas ao redor de castelos de cartas que com uma brisa desmoronam e voam. Se antes as pessoas dançavam em bailes com máscaras hoje elas entram em aplicativos para se mostrar, para tirar as máscaras, e expor seus corações despedaçados e instintos animais. Se em um ambiente relativamente pequeno, unindo pessoas que teoricamente estariam ali por um objetivo, mas que não estão, já se pode ver que a saúde mental humana desceu ao submundo mais profundo, então imagine em um ambiente maior, ao ar livre. Ligue a televisão, sente-se por meia hora e desista da humanidade, cada dia a mente humana tenta justificar a violência com mais violência, e a tendência é descer. Cuidar da sua mente é imprescindível. Uma Epidemia silenciosa de homicídio e suicídio escorre no asfalto enquanto a sociedade dança em um baile vintage. As pessoas dançam sobre corpos, esfregam seus pés no tapete da política para esconder o sangue, escondem a lâmpada de Led que quebrou na cabeça de um transexual enquanto sorri e canta um louvor inspirado. Pastores enfiam as mãos em baixo das saias das crianças enquanto batem a Bíblia contra o púlpito em suas pregações e são ovacionados. E sabe por que ninguém vê? Porque todos estão perdidos em seus Infernos pessoais, engolidos por seus próprios demônios, esfaqueando quem tenta ajudá-los. Mas não fique bravo, são apenas humanos, falhos, egoísta, que preferem olhar para os próprios umbigos. 

Outro ponto que tentei entender com Tianna foi o quanto ter filho interfere no interesse das pessoas, já ouvi que as pessoas se interessam mais, ou que se afastam. E obviamente, não obtive uma resposta. Esse assunto me interessa muito porque estava pra escrever sobre como é perigoso se relacionar com qualquer pessoa quando se tem filhos. 

Para concluir, me surpreende a quantidade de pessoas que fazem uso de maconha de forma recreativa e deixam isso claro nos aplicativos. Não entendo o motivo de se gabar por um hábito duvidoso. Vim de um tempo em que se fazia escondido, afinal, não é legalizado. Mas agora está na biografia como uma característica qualquer, provando o quanto as pessoas estão procurando meios de fugir de suas realidades. Mas no fim, não importa se você tenta cobrir seu inferno com teto de vidro, de comprimido, de fumaça ou com o colarinho da cerveja, quando o efeito acabar, a realidade volta. E Quando a mente te afronta, será que é capaz de dizer, nesse baile das máscaras, quem é você?

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Justiça Lucas Terra

Fonte
FONTE

Uma seita Disfarçada de religião
Pastores na fé e na transgressão
Fanatismo se mistura com a manipulação
Fiéis transcendem a ilusão

É uma verdadeira facção
Seu maior pecado é a ambição
Sua arma é a alienação
Sua desculpa é a redenção

Se alimentam da dor e da submissão
Prometem prosperidade e salvação
Mas se não tiver sua devoção
A retaliação é a possessão

Perversão Oculta pela adoração
Psicopatas com o terno da discrição
Torturas físicas, mentais e corrupção
A sombra da Cruz da remissão

Lucas foi traído por sua fé e submissão
Violentado por recreação
Morto no templo da compaixão
E seu corpo foi queimado para dissolução

A igreja perdoou essa transgressão
Afinal, eles não tiveram a intenção
Advogados limparam a reputação
Da igreja e de cada pastor fanfarrão

Depois de 22 anos de superação
A família Terra levou a oposição
Para o tribunal de subversão
Empurrando os Pastores para a condenação

Lucas e seu pai finalmente descansarão
Marion viu a justiça e a resolução
Que esse caso sirva de inspiração
Para uma profunda e necessária investigação.

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Diabo De Blumenau

Sangue inocente e jovial
Deslizando na lâmina de metal
Da machadinha usual
Nas mãos do demônio fatal

Gargalhada rasgada e letal
Olhar obscuro e rocal
Coração frio sem sinal vital
A carta na manga é a doença mental

Quatro famílias e um único funeral
Outras quatro em vigília no hospital
E ainda sobrou uma mãe
Com visitas no sistema prisional

É só um jogo casual
Com cinco mortes no final
E uma prisão eventual
Para a notoriedade mundial

Ele quer seu rosto no jornal
Seu nome na mídia social
A fama cruel e penal
De um monstro na pele animal

A Internet é uma linha vertical
Tênue entre o aceitável e o ilegal
Uma brincadeira boçal
Pode se transformar em uma tragédia surreal

É de acrílico a máscara moral
Todos podem cometer um crime brutal
O demônio se esconde no sorriso casual
Deita e rola na inocência carnal

Dedique um tempo a paternidade ideal
Pois sua atenção pode ser cabal
Para que seu filho ileal
Não se torne o diabo de Blumenau

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Deep Fake


A manipulação centenária
Filha da ganância mercenária
Envolve a mente sectária
Da Geração hipócrita e mortuária

Ao longo da história sanguinária
Alguns líderes de seita salafrária
Vestiram a máscara solidária
Escondendo sua intenção bilionária

Enquanto sua seita filária
Se levanta contra uma ilusória adversária
Como uma doença parasitária
Desvia milhões para sua família beneficiária

Barreira na rodovia necessária
Atrapalhando a luta diária
De crianças com câncer e doença hereditária
E de uma grávida com dor torcionária

Clínica de hemodiálise com falta temporária
Material parado na estrada precária
Causando dor desnecessária
Risco de mandar corpos para a funerária

Mas por alguma razão pária
A alienação partidária
Disfarçada de ideia evolucionária
Tirou a humanidade dessa gregária

Enquanto você passa fome e frio na rua intermediária
Sem se importar com a classe doente e operária
Sua admiração imaginária
Se torna uma personalidade multimilionária

Quando a ação revolucionária
Tiver fim pela parte plenipotenciária
Você vai perceber de forma involuntária
Que foi apenas uma peça nessa farsa infantil e orçamentária.

“A partir do momento que você começa a brincar com a vida do outro, se torna um criminoso.”

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Pulsos

O espelho é seu maior rival
Um reflexo superficial
Com olhar negro mortal
Julgamento irracional

No pulso uma linha transversal
Sangue viscoso essencial
Silenciando a dor interna substancial
Um alívio sutil e superficial

A frustração atemporal
O peso da culpa integral
O sintoma do trauma colossal
A vergonha do segredo moral

Descer ao inferno sentimental
No calor da chama paradoxal
Queimando a carne em punição sensorial
De uma vítima ocasional

Transcendendo entre a dor e a inércia existencial
A dor é uma justificativa racional
O fundo do poço é um caminho natural
E a morte é uma saída emergencial

Neste ponto todo mundo parece imparcial
Cada um com sua vida especial
Sem perceber sua descida gradual
Para as garras frias da morte intencional

O sofrimento da realidade passional
Te faz esconder sua dor emocional
Pois acredita ser uma fraqueza irracional
Como um animal esconde a ferida fatal

Não há fraqueza na doença mental
Sua dor é válida e pessoal
Só você conhece os demônios da profundeza abismal
Da sua mente informal

A cicatriz no seu corpo é um grito visceral
Um pedido de ajuda crucial
Não é motivo de vergonha imoral
São marcas de uma guerra intemporal

O suicídio é uma caixa de pandora desleal
Você deseja que sua dor tenha um final
Mas também vai matar de forma brutal
Quem te ama de forma incondicional

Atrás de você há uma linhagem ancestral
Energias de força magistral
Ao seu lado o amor fraternal
Na espiritualidade uma força sobrenatural

A solidão não real
Busque ajuda profissional
Tente achar que não é assim tão mal
Guarde os pulsos para o final

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Respeita as minas Porra

O pornô cada vez mais violento
As idades só vai descendo
O prazer na falta de consentimento
A força bruta no tratamento

Corda, sangue e grito de dor
Tortura sem nenhum pudor
Quanto mais infesa a vítima for
Maior será o prazer e o torpor

Esse vício é como a areia movediça
Vai puxando pra baixo enquanto atiça
Afundando no limbo da podridão
Uma epidemia Oculta na multidão

O estupro é o primeiro no ranking mundial
Em site de cunho imoral
Uma hora a tela deixa de dar prazer
E apenas um corpo quente pode satisfazer

E a culpa é sua se for abusada
Ninguém mandou nascer mulher e ser sexualizada
O homem é fraco sexualmente
Que não consegue segurar o impulso da mente

A tradicional família brasileira
É só uma hipocrisia Corriqueira
Esconde um monstro sexual
E culpa a mulher pelo crime imoral

Não ouse sair de casa sem estar maquiada
É falta de higiene não estar depilada
Seja doce e comportada
Pareça inocente e infantilizada

Afinal, qual o prazer de uma caça
Se a vítima for forte e sem graça
A mulher é criada pra ser vitimizada
Para aceitar a violência calada

Não importa se for criança, adulta ou idosa
Algum fetiche vai torná-la gostosa
Até aquela que já esta morta
É objeto de prazer para uma mente torta

E ai dela se quiser abortar
Se o filho do monstro não quiser criar
E se der para a adoção então
Vai ser massacrada pela multidão

O único beneficiado é o agressor
Vive livre como um obsessor
Pois sabe que a vítima será desacreditada
E por muitos será destratada

Ele não quer educação sexual na escola
Pois a criança saberá o que a viola
Será a ruína de seu reinado
Para ver o sol nascer quadrado

Um estupro a cada 10 minutos
É uma epidemia de monstros astutos
84% cometido por familiar ou conhecido
Alguém de confiança que passa despercebido

Não são os gays que destroem nossas crianças
São homens de bem e suas crenças
Demônio não tem cara de demônio
Usam Máscara de cordeiro no silencioso pandemônio

Fingir que isso não acontece é apologia
Culpar a vítima é falta de empatia
Desacreditar a criança é negligência
Se calar é condescendência

Eles jogam a sociedade contra a minoria
Tornando o preconceito uma terrível mania
Deturpada com pseudos princípios
Armando ainda mais os maníacos

É tudo parte de um jogo forjado
Para manter todo mundo ocupado
Defendendo um ideal implantado
Enquanto o sádico se aproveita infiltrado

Não seja mais um manipulado alienado
Veja o que está oculto no princípio retrógrado
E não importa o que ocorra
Respeita as minas, Porra

https://www.google.com/amp/s/g1.globo.com/google/amp/dia-das-mulheres/noticia/2022/03/07/brasil-teve-um-estupro-a-cada-10-minutos-e-um-feminicidio-a-cada-7-horas-em-2021.ghtml

https://www.ufrgs.br/humanista/2020/12/17/cultura-do-estupro-85-das-vitimas-no-brasil-sao-mulheres-e-70-dos-casos-envolvem-criancas-ou-vulneraveis/

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Aguenta Caladinha


Me atrevo a afundar
No limbo viscoso penetrar
Até conseguir te encontrar
Sobre aquele dia vamos conversar

Quando sua inocência esmagar
O estupro teve de enfrentar
A água quente não pode te limpar
A dor e a humilhação te transformar

Ele disse que ninguém iria acreditar
Afinal uma criança pode com a verdade faltar
Uma adolescente quer a atenção chamar
E uma mulher adulta escolheu na situação se colocar

Seu coração em um cofre trancar
Foi difícil tentar não lembrar
Mesmo quando parecia superar
Os flashs surgiram para te recordar

A ferida parece que não vai cicatrizar
Não deixa ninguém se aproximar
Seu instinto é de se isolar
Para não mais se machucar

Mas você deve parar de se culpar
Nada justifica o que teve de enfrentar
A vergonha e o medo te fazem calar
Mas é agora que deve falar

Não precisa sozinha enfrentar
Não é vergonhoso ter que se expressar
Procure alguém confiável para desabafar
E um terapeuta para te ajudar a lidar

Você não é uma estatística a contar
Ou um segredo a guardar
Quanto mais a vítima se calar
Mais o abusador vai se aproveitar

Você é uma guerreira a enfrentar
Por tantos anos a lutar
Mais forte do que pode imaginar
Mais intensa do que pode sonhar

Ninguém pode mergulhar
Na sua alma para te salvar
Você mesma precisa se arrastar
Para fora desse lugar que não deveria estar

Seu destino é levantar
Apesar do que teve de enfrentar
A culpa, o medo e o passado abandonar
E se permitir libertar

Não reprima sua força milenar
Quando a solidão vier te assolar
Lembre-se do exército de mulheres a marchar
Que o mesmo problema estão a enfrentar.

Ninguém precisa caladinha aguentar
Juntas podemos por justiça buscar
Mesmo que demore a retornar
Um legado de lutadoras vamos deixar

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Asas


No fundo do poço a observar
As estrias das paredes sangrar
Ruídos de demônios a espreitar
A morte nos cantos se arrastar

As trevas me abraçar
O silêncio profundo me atravessar
Meus pés na lama atolar
O peso do mundo me esmagar

A dor visceral me calar
A maldição me condenar
O ódio meu coração pulsar
Como Antolhos a me cegar

O cansaço fez meu corpo se inclinar
Meus joelhos se dobrar
Minhas mãos no barro penetrar
Uma voz ao longe a sussurrar

“Bem vinda ao fundo do poço milenar
Daqui não vais mais afundar
Só tem um jeito de se salvar
É para cima escalar.”

Levei para cima meu olhar
Através da tampa vi o luar
Quando o medo parei de escutar
Descobri que tinha asas e sabia voar.

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