Cabelos cor de chama Arde e proclama Ondula e inflama Canta e declama
Por Lilith Clama Invoca o poder da dama Provoca o lado negativo da fama Transformando em satira o melodrama
Como uma deusa romana Beleza natural soberana Alvo da crítica tirana Incomoda a sociedade leviana
Suportamente é uma plagiadora sacana Suportamente é uma artista mediana Suportamente é uma mentirosa insana Mas supostamente é uma promessa na música latino-americana.
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O pornô cada vez mais violento As idades só vai descendo O prazer na falta de consentimento A força bruta no tratamento
Corda, sangue e grito de dor Tortura sem nenhum pudor Quanto mais infesa a vítima for Maior será o prazer e o torpor
Esse vício é como a areia movediça Vai puxando pra baixo enquanto atiça Afundando no limbo da podridão Uma epidemia Oculta na multidão
O estupro é o primeiro no ranking mundial Em site de cunho imoral Uma hora a tela deixa de dar prazer E apenas um corpo quente pode satisfazer
E a culpa é sua se for abusada Ninguém mandou nascer mulher e ser sexualizada O homem é fraco sexualmente Que não consegue segurar o impulso da mente
A tradicional família brasileira É só uma hipocrisia Corriqueira Esconde um monstro sexual E culpa a mulher pelo crime imoral
Não ouse sair de casa sem estar maquiada É falta de higiene não estar depilada Seja doce e comportada Pareça inocente e infantilizada
Afinal, qual o prazer de uma caça Se a vítima for forte e sem graça A mulher é criada pra ser vitimizada Para aceitar a violência calada
Não importa se for criança, adulta ou idosa Algum fetiche vai torná-la gostosa Até aquela que já esta morta É objeto de prazer para uma mente torta
E ai dela se quiser abortar Se o filho do monstro não quiser criar E se der para a adoção então Vai ser massacrada pela multidão
O único beneficiado é o agressor Vive livre como um obsessor Pois sabe que a vítima será desacreditada E por muitos será destratada
Ele não quer educação sexual na escola Pois a criança saberá o que a viola Será a ruína de seu reinado Para ver o sol nascer quadrado
Um estupro a cada 10 minutos É uma epidemia de monstros astutos 84% cometido por familiar ou conhecido Alguém de confiança que passa despercebido
Não são os gays que destroem nossas crianças São homens de bem e suas crenças Demônio não tem cara de demônio Usam Máscara de cordeiro no silencioso pandemônio
Fingir que isso não acontece é apologia Culpar a vítima é falta de empatia Desacreditar a criança é negligência Se calar é condescendência
Eles jogam a sociedade contra a minoria Tornando o preconceito uma terrível mania Deturpada com pseudos princípios Armando ainda mais os maníacos
É tudo parte de um jogo forjado Para manter todo mundo ocupado Defendendo um ideal implantado Enquanto o sádico se aproveita infiltrado
Não seja mais um manipulado alienado Veja o que está oculto no princípio retrógrado E não importa o que ocorra Respeita as minas, Porra
Me atrevo a afundar No limbo viscoso penetrar Até conseguir te encontrar Sobre aquele dia vamos conversar
Quando sua inocência esmagar O estupro teve de enfrentar A água quente não pode te limpar A dor e a humilhação te transformar
Ele disse que ninguém iria acreditar Afinal uma criança pode com a verdade faltar Uma adolescente quer a atenção chamar E uma mulher adulta escolheu na situação se colocar
Seu coração em um cofre trancar Foi difícil tentar não lembrar Mesmo quando parecia superar Os flashs surgiram para te recordar
A ferida parece que não vai cicatrizar Não deixa ninguém se aproximar Seu instinto é de se isolar Para não mais se machucar
Mas você deve parar de se culpar Nada justifica o que teve de enfrentar A vergonha e o medo te fazem calar Mas é agora que deve falar
Não precisa sozinha enfrentar Não é vergonhoso ter que se expressar Procure alguém confiável para desabafar E um terapeuta para te ajudar a lidar
Você não é uma estatística a contar Ou um segredo a guardar Quanto mais a vítima se calar Mais o abusador vai se aproveitar
Você é uma guerreira a enfrentar Por tantos anos a lutar Mais forte do que pode imaginar Mais intensa do que pode sonhar
Ninguém pode mergulhar Na sua alma para te salvar Você mesma precisa se arrastar Para fora desse lugar que não deveria estar
Seu destino é levantar Apesar do que teve de enfrentar A culpa, o medo e o passado abandonar E se permitir libertar
Não reprima sua força milenar Quando a solidão vier te assolar Lembre-se do exército de mulheres a marchar Que o mesmo problema estão a enfrentar.
Ninguém precisa caladinha aguentar Juntas podemos por justiça buscar Mesmo que demore a retornar Um legado de lutadoras vamos deixar
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Do berço social a berrar Almas tentam se encaixar Em preceitos retrógrados velar Essência esfarelar
O não pertencimento assombrar Como se no mundo estamos a sobrar Nenhuma tribo ou religião encontrar O sentido da vida almejar
A tristeza é a face fria do julgar Não ser aceito é a sombra do pesar Não importa o quanto tente se adaptar Isso não vai mudar
A sabedoria milenar Os nomes na história a cravar Os maiores legados a se admirar Renegados do conceito social a condenar
A vida nem sempre é fácil de se enfrentar Fraqueza não é sinônimo de chorar Lágrimas dão forças para lutar Não tem nada de errado em ser quem você é e sonhar.
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Elas pediram igualdade salarial Enfrentando o idealismo tradicional E foram engolidas pelas chamas do umbral Da indignação machista e mortal
Elas foram esquecidas no manicômio local Acusadas de descontrole metal Por não aceitar o abuso conjugal E na lobotomia assistiram a decadência final
Elas foram capturadas como um animal Violadas como um ritual De uma luta desigual Manchando de sangue o cendal Que esconde da história o imoral
Seus nomes camuflados de forma trivial Bruxas, loucas, vítimas do conceito social Fragmentos de um passado superficial Fazendo dia 8 de março um Memorial.
Ao longo da história a demonizar Na fogueira vivas a queimar Afinal mortos não podem falar E a justiça não podem reivindicar
Esse conceito milenar De que a morte pode justificar A monstruosidade acobertar E a mulher deve se calar
Parasitas a se alimentar De vítimas humilhadas a se calar Não estamos seguras na maca hospitalar Na cama de casa ou no caixão a selar
Bebês no berço a sangrar Depois de seu pai os Violar Nem as de cinco anos vão escapar E a de dez a engravidar
A garota da faculdade a voltar No meio do mato a gritar Com um desconhecido a rasgar Sua pele até seu útero desintegrar
A grávida dando a luz a sedar Sua vulnerabilidade aproveitar Na frente dos colegas a esfregar Seu órgão na boca dela enfiar
No necrotério a esfriar Sua alma já não está Em baixo de um tarado a se esfregar Seu rígido corpo degradar
Vermes a se arrastar Nas entranhas de um país rudimentar Onde os princípio são as minorias atacar Mas a violência horrenda acobertar
O homem preso por abusar Muitos seguidores a ganhar O presidente a imitar Tiros e a violência aclamar
Nos sites imorais a pesquisar Estupro, pedofilia, necrofilia a Ganhar O ranking das pesquisas liderar Milhões de acessos a faturar
O feminismo invalidar Pois é mais fácil justificar Que as mulheres estão a odiar Do que a violência explicar
Somos condicionados a acreditar Que as feministas e os lgbts estão a infiltrar A tradicional família brasileira deturpar Para que os estupros venham a se disfarçar
Ouça as vozes a gritar Almas destruídas a clamar Por entre as chamas dissipar O Eco da consciência que não se pode aguentar
Enquanto fingimos não enxergar Eles fingem não praticar Outros fingem não assistir e desejar E a violência vai aumentar até a sua porta arrombar.
Indicação de música: Leitura: Doce Veneno – Marina Luz, Misael. Reflexão: Quem vai queimar – Pitty